
Ela criou para si uma imagem dura. Esconde a beleza juvenil - corpinho de 18 aos 43 - atrás dos óculos de míope e do cabelão preso. Heloísa Helena parece desejar que só vejam nela a senadora séria e temida. Já ameaçou cortar a língua do prefeito paulistano, José Serra, chamou o senador ACM de capitão-domato e pôs a nu o governo Lula. Levada ao que chama de "tribunal de inquisição petista", acabou expulsa. É brava na CPI, aguda na condenação da bandalheira federal.Por isso, virou a senadora mais famosa da República e entrou para a história como a primeira mulher a criar um partido no Brasil, o PSOL.
De visual novo
Personagem rara. Que mulher, da geração dela, foi mãe de- leite? Heloísa amamentou duas crianças - uma cega -, além dos próprios rebentos, Sacha, 22 anos, e Ian, 19, a quem "amamenta" ainda. "Ensino que podem chorar e, se quiserem felicidade, têm que entender: mulher é diferente de homem." Ian passou 15 dias numa UTI, em coma, por causa de um acidente. "Pensei que morreria junto", conta ela, que é enfermeira. "Meus pivetes adivinham o filme que quero ver, sugerem o rock que ouço no carro." (Ela vai ao volante, dispensou o motorista do Senado.) Heloísa ganhou um piano de um amigo. Só amigo, senadora? "Um amigo fofo que vive na França... infelizmente não consigo amá-lo como ele merece." Teve dois maridos. Admira o pai dos filhos e preserva a relação com o segundo. "Ele casou com uma amiga nossa, sou madrinha do nenê deles." No entanto, revela, nunca houve divisão de tarefas: "Fui pai e mãe. Sempre".
A alagoana não tem tempo para si, passa o dia à base de leitinho pingado de café. Fazia aulas de remo no lago Paranoá, porém teve de deixar depois da surra que tomou da polícia no protesto contra a reforma da Previdência: "O joelho estourou". Parece exagerar quando diz que coleciona "dunas de celulite e trilhas de estrias", porque anda quilômetros para acampar nos Aparados da Serra, no Rio Grande do Sul, e para ver a floração dos cactos na caatinga.
Ela ama os bichos.
Chatinho é o nome do seu gato, que convive com um cão no apartamento de Brasília.
Coleciona imagens de "São Chiquinho", usa um anel de São Miguel Arcanjo e, antes das fotos, leu os salmos 6 e 8 para a equipe, numa Bíblia que sacou da mochila. "Preciso de proteção no plenário, me arrepio com aqueles parasitas." Dali, tira raros amigos. O senador Suplicy é quase um irmão e a orienta como pugilista: Bata, Heloísa, mas tome cuidado com os adjetivos pesados. Você atinge o fígado, isso não pode". Não pensava ser política, candidatou-se "para xingar os usineiros" e virou vice-prefeita de Maceió. É filha de dona Helena, costureira arretada que a mandou devolver seis contas que sobraram de um bordado. "Não pude fazer um vestido para a Susi que achei no lixo." Com 2 meses perdeu o pai. Aprendeu a ler com freiras e descobriu o Nordeste devorando "o comunista Graciliano Ramos". Hoje é pop, dá autógrafo e seria facilmente reeleita, mas deve disputar a Presidência para consolidar o PSOL. Se fosse carreirista, jamais assumiria a tarefa, com mínima chance de vitória, tempo curto na TV e poucos recursos." Se perder, voltará para a universidade. "Vou comer pó de giz com os alunos e cuidar dos pobres na rede de saúde." Fará muita falta à vida pública nacional.
A força do cabelão
Tema de 58 comunidades no Orkut, campeã de cartas e e-mails do Senado, Heloísa Helena recebe elogios, críticas, pedidos de casamento e suscita curiosidade. Querem que eu solte o cabelo para ver como fico", diz.
A história das madeixas começa na infância raquítica. "Tinha asma e crises renais, parecia que eu não ia vingar." A mãe fez, então, uma promessa: não cortar os cabelos da magrelinha até que ela completasse 7 anos. Depois disso, o manto, que chegava aos joelhos, foi tosado na nuca. "Perdi o equilíbrio, quase caí sem o peso dos fios." Na adolescência, estavam longos outra vez. Com a chegada dos filhos, adotou o rabo-de-cavalo. "Tinha que cuidar da casa, pegar ônibus com eles no colo." Ainda mantém o cabelo amarrado com elástico de camelô. Quando aparece um fio branco, o filho Ian arranca. Heloísa só lava, nem seca.
Feminilidade, pensa ela, está em muitas coisas. "A gente, que é ora onça, ora gata mansa, pode ter cara limpa, rugas, pôr Botox, oxigenar o cabelo... O que vale é tentar ser feliz e deixar que os outros sejam."
Fala sério, essa mulher é demais!!!
Bom fds a todos e VOTEM COM CONSCIÊNCIA!!!!!
VAMOS TIRAR O TRONO DO LULA SEM DEDO!!!!
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